Voltando ao Trabalho

Você descobre que está grávida, fica radiante e acha que a vida vai ser a mesma. Enganou-se! Eu sempre achei que conseguiria levar de forma tranqüila a maternidade e o trabalho, até chegar o dia que tive que retornar da licença-maternidade. Literalmente SURTEI!

Como passaria tanto tempo longe de meu bebê, isso era inaceitável. E ele ficaria bem? Ia me esquecer? Trocar-me pela babá? Não gostar mais de mim? Sentir rejeição quando eu chegasse em casa? Estaria bem cuidado? Banho tomado? Fralda trocada? Sentiria minha falta, do peito, do meu cheiro, meu abraço? Nossa eu quase enlouqueci. Confesso que mesmo hoje ele tendo 1 ano e 6 meses eu continuo com muitas interrogações.

Comecei “meu treinamento” alguns dias antes, afim de adaptar-me a rotina do retorno ao trabalho. É normal você levar um tempo para se adaptar e principalmente aceitar essa nova condição, mãe e “empregada”. Cuidado com as emoções misturadas, a falta de compreensão interna (você acaba se culpando por tudo que acontece) e principalmente atenção para não “agredir verbalmente” ou com olhares “fulminantes” seu marido, amigos, parentes. Eles são as vitimas mais próximas.

Quando eu estava a um mês de meu retorno resolvi praticar minha rotina, isto é, me separar do bebê. Ia ao cabeleireiro, pagar contas em banco, ia ao supermercado e esticava para a farmácia. Tudo que pudesse me manter pelo menos 2 horas fora de casa e em seguida retornava. É verdade que algumas vezes eu sabotava, pois me pegava com lágrimas nos olhos (no meio da rua) sentindo-me culpada por ter deixado “meu príncipe” em casa com a babá. Mas ficava firme, sabia que daqui um mês ia piorar. Nos primeiros dias foi muito difícil, depois fui me acostumando.

O Júnior também sentiu meu retorno ao trabalho, eu chegava em casa e ele apenas com 5 meses (após a licença-maternidade tirei 30 dias de férias), ele não me olhava no rosto. Fingia que eu não existia, isso me matava. Mas aos poucos ele foi se acostumando e cada dia melhorando. Com exceção quando ele chegou aos nove meses e iniciaram-se os gritos e lágrima toda vez que eu me afastava. É uma fase complicada. Para mãe e filho.

Dica 1: Muitas amigas falavam que eu deveria descansar o máximo possível, pois a rotina seria pesada. Eu não fiz isso, e me arrependo, deveria ter dormido toda vez que o Júnior pegava no sono. Eu acordava duas vezes na madrugada para as mamadas, e depois às 6:30h o despertador já tocava, iniciava-se a rotina para o trabalho. Que terminava as 23:30h na última mamada do dia. Vale a pena qualquer descanso, com certeza você vai se sentir renovada.

Não perca suas amizades novas, isso mesmo, quando temos filhos as amizades surgem, isto por que, muitas mulheres estão na mesma condição que a nossa. É como se você entrasse para o clube diferenciado, onde o assunto principal são os filhos, educação, babás, escolas, berçários, médicos, dicas de remédios para cólicas, etc. E principalmente muitas delas já passaram pelo que você nem imagina ainda viver com seu filho. Quando elas me contam os tombos, machucados e aventuras dos pequenos, entro em estado de “choque!” e, claro,  prontidão para que não aconteça com o meu. Mas é dito e feito, chego em casa e a babá sempre me mostra um galo na cabeça, arranhão no rosto, não tem jeito. Moleque é moleque.

Quando retornei ao trabalho, quase enlouqueci com tantas novidades, projetos novos, metas, comissões, funcionários novos, amigos demitidos, etc. Por muito tempo fiquei na mesa coberta de papel para resolver pendências e pensando no Júnior, se deveria pedir demissão ou continuar meu trabalho. Energia gasta a toa.

Pois o Júnior estava muito bem com a babá em casa, alimentado, limpinho e brincando.

Eu tinha uma frase que me deu um “up” por várias vezes “Agora que sou mãe serei uma melhor gestora, voltei para o trabalho melhor e mais feliz, vou dar conta de tudo.” Com isso fui ficando mais disposta a delegar, capaz de pensar em novas estratégias e definitivamente consegui executar várias tarefas ao mesmo tempo. E isso deve-se a tarefa de ser mãe. É o verdadeiro malabarismo.

Seja firme, se você optou voltar para o trabalho por uma questão financeira ou até mesmo uma questão de querer se sentir bem tendo renda, agüente firme!!

Os primeiros meses de trabalho certamente você se sentirá perdida, culpada e com sentimentos a “flor da pele”. Minha amiga psicóloga diz que muitas mães precisam de tempo para se acostumar às novas rotinas, então não se ache diferente e que tudo está acontecendo somente com você. Pois acontece com todas.

Você deve encontrar um equilíbrio saudável entre sua carreira e seu filho. E muitas vezes repensar se vale a pena continuar nesse trabalho ou procurar outro mais leve e flexível. Pois filhos crescem, o tempo passa voando e perdemos muitas “novidades” que eles aprendem no dia a dia.

Encontre um equilíbrio para sua saudade.

Abaixo um pequeno poema do site http://www.minutodesabedoria.com.br/ :

Tempo de Criança
Saudade, Do tempo em que eu ainda
brincava na rua de amarelinha,
Do tempo em que no olhar se via a
inocência e a vontade de viver,
Dos sorriso puros e dos sonhos tão bonitos...
Saudade,
Das bagunças, das traquinagens
e até dos tapas que a mamãe dava,
quando descobria alguma "arte" feita por mim...
Bons tempos os de criança!
Tempo em que tudo era uma brincadeira,
Tudo era alegria
Tempo que não volta mais,
Restando assim, somente lembranças,
Daquele tempo de criança
Que os anos não trazem mais

E que a saudade,
Se encarrega de guardar
Com tanto carinho e amor
Dentro do coração...
Autor Desconhecido  


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