Trabalho X Maternidade

Sim é um malabarismo.

E quem diz o contrário não passou por essa fase, gerar um filho, ficar em casa dedicando 100% do seu tempo na licença-maternidade e depois voltar ao trabalho, deixando ele (o BEBÊ, seu príncipe) com babá, berçários, avós, ou outros cuidadores especiais. É uma “DOR” imensa.

É a transição mais difícil que passei. Mais complicado do que a transformação do meu corpo com o ganho de 18 quilos na gravidez.

Mas com o tempo descobri, de que nada adiantava eu ficar me sentindo culpada, eu tinha que enfrentar e tomar a decisão, voltar ou não para o trabalho.

É uma decisão difícil, que muitas vezes pode comprometer a renda da família, sabemos hoje que os homens não são mais provedores de toda a renda familiar, a economia mudou, a mulher teve que sair em busca do trabalho, deixar o lar a cargo de uma “secretária do lar”. E foi à luta para ajudar o marido a conseguir melhor posição financeira, lazer, adquiri a casa própria, e muito mais. Bem diferente da maioria de nós que tivemos nossas mães em casa, cuidando da educação e do estudo. Talvez até por isso essa nova geração se sinta perdida, talvez seja a falta da mãe, mas esse assunto podemos discutir depois.

Toda mãe entra no dilema de com quem deixar o filho, se voltar a trabalhar, sempre no final da licença-maternidade sentimos “aquele friozinho na barriga”, uma ansiedade nada boa, lembro bem, meu bebê mamando no peito, dormindo em paz no meu colo e eu chorando, com medo de deixar ele com a babá. Foi terrível, emagreci, fiquei com aparência de cansada e velha, algo que não estava a pouquíssimo tempo atrás, quando ele nasceu.  Vale deixar claro, que quando ele nasceu eu fique esgotada, mas sem preocupação e com o terrível sentimento de “abandono” de meu filho. Foi isso que me machucou muito.

Se você é mãe e deixou o filho em casa ou se ainda vai deixá-lo e retornar ao trabalho, é comum o sentimento de esgotamento e angústia, não se culpe.

No meu primeiro dia de retorno ao trabalho chorei o dia inteiro na empresa, me sentia péssima, não conseguia beber água, não descia nenhum líquido pela garganta, liguei mais de 5 vezes para minha casa, só no período da manhã e na hora do almoço dei uma “incerta” para ver se estava tudo ok. E estava, graças!!!!!

Fiquei bem aliviada para iniciar minha jornada da tarde, mas dei outra “incerta”, apareci mais cedo em casa, aproveitei que podia sair 1 hora antes do trabalho.

O papel de mãe e mulher que trabalha fora de casa é bem conflitante, de um lado nos sentimos valorizadas por ter emprego, ter conquistas profissionais, rendimento financeiro, mas por outro somos atormentadas por ter deixado o bebê em casa, tão pequenos, tão frágeis e tão preciosos.

Não adianta somos puro sentimento, somos coração.

A babá do Júnior começou em casa quando ele estava com 45 dias, está conosco até hoje, mas mesmo assim a sensação é de que “ninguém cuida dele melhor do que eu”. E isso é verdade, por mais que alguém cuide muito bem de seu filho, você sempre vai achar que poderia ter sido melhor, vale isso para a avó que dedica seu tempo, para o pai que tenta trocar a fralda, a babá que cuida dele com carinho e principalmente no berçário, se essa for sua opção.

Conheço várias mães que iniciaram a busca pelo berçário quando o bebê tinha apenas dois meses, elas estão corretas, foram na frente da escola, conversaram com outras mães, visitaram o local, a cozinha, certificaram-se de janelas com grades, se os bebês ficavam em área de mais proteção e isolamento do barulho, etc. Posso afirmar que até o momento todas estão felizes com a escolha.

Um outro fator relevante é a parte física, isso mesmo, além de se preocupar e ficar com dor de cabeça de deixar o filho em casa, pode ter certeza, a sua roupa de trabalho, aquele terninho e as calças não servem mais, ainda estamos na fase de “perda de peso”, estamos nos recuperando da gravidez, e com isso esquecemos de comprar algumas peças novas para o guarda roupa. Levei várias roupas de grávida para a costureira customizar, alterei o tamanho, coloquei um botão diferente, em outra um zíper, laço, elástico, e assim ganhei um guarda roupa novo, e cada vez que coloco essas roupas, tenho uma linda lembrança da minha gravidez, principalmente do Júnior mexendo em minha barriga. A sensação é única, exclusiva e me sinto grata de ter esse, digamos, “sintoma”.

Boa escolha!

Abraços

2 comentários:

  1. Estou lendo este post e me desmanchando de tanto chorar..pois tenho duvidas se devo interromper provisoriamente minha carreira profissional até que o Raul complete dois aninhos ou se continuo trabalhando...Retorno ao trabalho em julho, mas não tenho certeza se essa é a melhor decisão a ser tomada..porém é difícil abrir mão de tudo que já conquistei profissionalmente...vou avaliar com muito carinho, pois sei que minha decisão vai influenciar muito na educação do meu príncipe.

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    1. É uma decisão muito difícil, vou falar por mim, optei por deixar de trabalhar quando o Júnior completou 2 anos de idade, fiz o contrário do que você menciona, pois nessa fase a criança precisa muito mais da mãe ao lado dela, principalmente os meninos (são carentes de afeto). Podemos cooperar nessa fase de 2 aninhos com bons exemplos, boa alimentação, educação, iniciação na escola, etc.
      Leia o post MÃE DE MENINO (http://www.mamaevoltaja.com/2011/10/mae-de-menino.html)
      Boa sorte para você e o Raul.

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